A mulher no pós-parto tem muitas alterações químicas, muitas
transformações. O bebê agora está fora do ventre e demanda uma atenção e
comunicação diferenciadas.
No chamado pueripério, o útero da mulher começa a retornar
ao tamanho da pré-gestação, o bebê demanda da mãe para atender as suas
necessidades fisiológicas e muitas vezes a mãe esquece do autocuidado.
Todos esses processos podem ser estressantes para a mãe, até
mesmo a amamentação, mas ela também está vivendo a bênção da maternidade... São
sensações conflitantes, muito comuns no pós-parto.
Preparei então, algumas sugestões que podem ser úteis na
elaboração das práticas de mamãe e bebê.
Para que a mãe se reconecte, acessando seu bem-estar, é
importante ter momentos de introspecção, consciência da respiração, movimentos
de liberação das tensões dos ombros e costas, alinhamento da coluna e ativação do
baixo ventre e períneo, para retornar ao seu estado natural de sustentação,
reorganizando novamente os órgãos no ventre.
É bem positivo para mãe e bebê começarem as práticas em
grupo após os 2 meses, ou até um pouco antes. O professor deve estar atento à faixa
etária dos bebês no mesmo grupo e também na quantidade de participantes, para
gerar o estímulo adequado aos bebês e o acolhimento mais eficaz para as mães. Com
2 a 4 ou 5 duplas, as dinâmicas e trocas são bem estimulantes, mas se tiver uma
única dupla, também é especial.
Em aulas no Chidananda Yoga em São Paulo, cheguei a dar aulas para até 6 duplas, mas as mães tinham feito aula durante toda a gestação e já havia uma conexão especial com as mães e com os bebês... a meu ver, isso é um facilitador especial!
Em aulas no Chidananda Yoga em São Paulo, cheguei a dar aulas para até 6 duplas, mas as mães tinham feito aula durante toda a gestação e já havia uma conexão especial com as mães e com os bebês... a meu ver, isso é um facilitador especial!
Sugiro grupos de 2 a 5 meses, mais ou menos e grupos de 6 a
nove meses...
As mães, nesse primeiro ciclo de pós-parto, têm uma
demanda maior, para sua reintegração.
É importante saber se o parto foi cesário, pois vai requerer
mais cuidados na reconexão do ventre e baixo-ventre nas primeiras aulas. É
fundamental estimular a respiração Ujjyai, o acesso ao eixo e os bandhas
para essa reconexão.
Essas práticas também estimulam a sensação de sustentação,
do físico ao sutil.
No parto vaginal, esses cuidados também se fazem importantes,
mas não há a fragilidade da cirurgia.
- É fundamental o bom senso do professor nessas práticas.
- Fazer “mais” não é uma boa dica para o começo desse
resgate, o acesso à interiorização através dos olhos fechados e a consciência
da respiração é uma grande conquista!
- Sentir o abdômen em posturas com o ventre apoiado em uma
almofada ou nas suas coxas,pode ser uma redescoberta de seu espaço, de ter o seu abdômen de
volta. É comum as mães sentirem a saudade da barriga, assim, estimular essa
reconexão com o seu corpo, seu ventre, é especial.
- Também posturas com os bebês que acesse a energia do abdômen, aos poucos, são estimulantes para a dupla.
- Trabalhar mulabandha e uddyana bandha com a
consciência no eixo.
- Orientar práticas em que a mãe possa sentir as costas no
solo para a acomodação e realinhamento da coluna, soltura dos ombros e
escápulas e também posturas de acesso ao alinhamento dos pés aos quadris.
- Em posturas de pé, sentada ou deitada com levantamento
pélvico, estimular esse reencaixe dos quadris, sempre acessando os bandhas.
Isso é bastante importante, pois independente do tipo de parto, os quadris
registram a informação de expansão, abertura e muitas vezes a mulher não se dá
conta.
- Dar esse comando de reencaixe, realinhamento dos quadris
com os bandhas é importante para evitar até mesmo processos de
incontinência urinária.
- Estabeleça sequencias de técnicas respiratórias e posturas
curtas, para que a mãe possa se perceber antes de voltar sua atenção ao bebê. A
qualidade dessa integração é bem especial, quando a mãe se percebeu e já
eliminou alguns excessos.
- Busque gerar inicialmente posturas simples que trabalhem
os movimentos da coluna ( ver texto no blog)
- Trabalhe posturas que liberem os ombros, lembre-se de que
a mãe leva o bebê no colo para várias funções e muitas vezes só se dá conta
desse novo sobrepeso através das dores nas costas.
- Trabalhe técnicas respiratórias de acesso ao ventre,
ativando a energia do CORE. Kappalabhati e BhastriKa são bem-vindas
para limpar a mente e liberar emoções.
- técnicas respiratórias tranquilizadoras são sempre bem-vindas,
especialmente antes do relaxamento.
- Relaxamento conduzido com a visualização de partes do
corpo para a liberação pode ser bem eficaz.
Para os bebês, coloca-los próximos uns dos outros, facilita
a dinâmica de estímulos externos, além dos sons. A percepção do outro,
especialmente após os 2 meses, 3, é bastante especial.
É importante observar os bebê, após o 4º mês, que muitas
vezes querem tocar o outro bebê, mas não têm noção de força e local. O olho do “amiguinho”
é bem chamativo.
Já falamos em outros textos do blog sobre estímulos sonoros,
toque nos pés e também estímulo visual, hoje pontuo essa interação que é
bastante estimulante para os pequenos.
Na sua condução das aulas mamãe e bebê lembre-se de
estimular a tranquilidade e bem-estar da mãe para que ela transmita essa
sensação ao bebê, que é bastante perceptivo da energia da mãe.
Lembre-se também de estimular a mãe a se perceber e
continuar em casa, especialmente práticas respiratórias com os olhos fechados.
Gosto de citar o exemplo do avião: “primeiro coloque a máscara
em você para depois colocar na criança ou pessoa de sua dependência”.
O autocuidado da mãe é fundamental para que possa dar a
atenção adequada e curtir o seu bebê, liberando os excessos que fazem parte do
pós-parto.
Essa aula tem uma vibração de muito amor e entrega...
Cristiani W. Bez Matsuoka
(48) 99167-6361
@cristianiw.bez
@cristianiw.bez
Professora de Yoga para gestantes em Florianópolis – SC
Yogashala Brasil – Centro – https://www.yogashala.com.br/
Yogaluz – Santa Mônica - http://www.yogaluz.com.br/