Antes mesmo de a mulher decidir
gestar ela deve estar consciente daquilo que ingere, buscando uma alimentação
mais equilibrada. São dicas comuns em livros, manuais e também recomendação
médica básica.
O fundamental, no
entanto, é a informação que mandamos para o nosso corpo como um todo quando
fazemos a escolha do alimento e também o modo como o ingerimos. Não basta
consumir complexos vitamínicos ou mudar forçosamente a alimentação durante a
gestação. Temos de ter consciência de toda a forma de alimento que trazemos
para o nosso corpo, do físico ao sutil. A gestação é uma grande oportunidade de
reeducar hábitos, de nos olhar com mais atenção, já que passamos por muitas
mudanças.
Segundo Dr. Peter
Nathanielz, diretor do laboratório de pesquisas sobre gravidez e recém-nascidos
da Universidade de Cornell, USA, “(...) enquanto uma criança está se formando
no útero da mãe, seu corpo já está desenvolvendo hábitos alimentares, que
determinam como as células e os órgãos do seu corpo processarão os alimentos e
como eles incorporarão reservas nutricionais em sua estrutura.” Deste modo
entendemos que a nutrição pré-natal pode afetar comportamentos alimentares e
metabólicos futuramente. O bebê também pode registrar como a mãe percebe a
vida, através de suas sensações de tranquilidade ou de agitação, a partir de
seus batimentos cardíacos e ritmo da sua respiração. Segundo a pesquisadora,
Drª Marie Claire Busnel- doutora em Fisiologia e pesquisadora do Departamento
de genética, Neurogenética e comportamento da Universidade de Paris- “(...) O
feto, assim como o recém-nascido, tem o potencial sensorial bastante
desenvolvido. Tanto os laços podem ser estreitados, como a percepção do
estresse materno pode ser sentida. Eles se habituam a estímulos repetidos e têm
memória.”
Deste modo, o conceito de nutrição vai
além da ingestão de alimentos, pois consideramos a necessidade dos corpos mais
sutis serem nutridos.
Nos alimentamos
de PRANA e essa ENERGIA permeia tudo a nossa volta,
incluindo os alimentos que ingerimos para nutrir nosso corpo físico.
A escolha da
alimentação e o modo (lento, rápido, etc) como a comida é ingerida pode ser um
reflexo de padrões mentais, de automatismos, de agitação do dia a dia. (Leia
também o texto sobre azia na gestação)
A qualidade da
respiração interfere essencialmente na nutrição da gestante e do bebê. Este ato
consciente pode favorecer todo o processo da digestão e assimilação de
alimentos pelo corpo físico e pode ainda tranquilizar a mente e as emoções. Afinal,
digerimos também ideias e sensações!
Nos lembrar de mover
a nossa energia adequadamente é fundamental para o bem-estar, do físico ao
sutil.
Na gestação, além
da adequação da nossa energia, contamos com o desenvolvimento do bebê e todo o
seu potencial de percepção. Poder expandir nosso PRANA e direcioná-lo adequadamente é fundamental para essa nutrição!
Poder começar o dia de um modo mais tranquilo é uma forma de se nutrir de
equilíbrio e bem-estar.
Vou deixar a dica
de um PRANAYAMA – técnica
respiratória de expansão da energia vital- para que se tranquilize, na escolha
do alimento do seu dia: aquele que vai nutrir seu corpo através da ingestão,
aquele que vai selecionar a partir do que ouve, do que vê, etc. e a forma como
tudo isso se processa em você.
SAMA VRITTI PRANAYAMA – O equilíbrio, a
organização das oscilações da mente e das emoções
Busque, ao
acordar, respirar com profundidade e perceber a fluidez da respiração. Prepare
seu alimento físico com tranquilidade, atenta às escolhas que vão nutrir seu
corpo físico nesta manhã, de acordo com o momento presente. Sente-se confortavelmente
e coma com tranquilidade. Sentindo que o estômago não está completamente cheio,
faça sua higiene pessoal antes, se preferir e prepare-se para a prática desta
técnica. (Faça em outra hora do dia, se for mais adequado para você.)
Sente-se
confortavelmente com a coluna ereta, construa a consciência do seu eixo interno
e perceba a fluidez da sua respiração. (Textos explicativos no blog)
Em seguida,
inspire profundamente, contando 3 tempos para essa etapa da respiração, retenha
o ar nos pulmões pelo mesmo tempo e exale, também em 3 tempos e, retenha os pulmões
vazios pelo mesmo tempo.
Experimente esse equilíbrio
nos 4 movimentos da respiração: inspiração, retenção com pulmões cheios e
exalação e retenção dos pulmões vazios.
Aumente ou
diminua o tempo conforme o seu dia, respeite-se!
Sinta após alguns
ciclos de repetições como tudo se acomoda melhor em você, como sua mente e suas
emoções estão mais equilibradas e continue o seu dia criando essa memória em
você e no seu bebê.
Repita esta
prática quando puder: antes do almoço e jantar, antes de ir dormir, etc. e
perceba os efeitos em todo o dia e durante o sono.
No Yoga, o
fundamental em todas as fases da gestação é praticar consciência e auto percepção.
Profª Cristiani
Matsuoka