O olhar especial do instrutor é muito importante nas aulas
de yoga para gestantes. Gerar adaptações seguras de acordo com o período gestacional
é fundamental.
Ainda que a gestante seja praticante de yoga, deve-se
considerar o espaço ventral e as alterações de hormônio.
Assim, perceber a energia da postura e buscar um apoio
para que a gestante sinta com segurança o que o professor quer transmitir
através da postura psicofísica escolhida, deve ser o propósito, para que sinta
os benefícios da prática.
Lembre-se, por exemplo, de que posturas que trazem
aterramento, trazem também sensação de sustentação, de firmeza, que pode ser
percebida em pontos do corpo da gestante e também como sensação na mente e
emoções. Trabalhar a consciência do períneo para essa percepção é fundamental.
Conquistar, mesmo que com apoio, uma postura aérea em um dia
mais agitado pode ser uma percepção bastante especial para a gestante!
Adaptar as posturas, não significa “fazer menos” e sim,
sentir melhor os benefícios, com mais segurança.
É sempre importante o professor de Yoga para gestantes se
lembre de que está orientando e também cuidando de dois seres em constante
transformação... às vezes a mãe demora um pouco para “aceitar” ou "perceber de forma consciente as oscilações
naturais, as acomodações e acolhimentos que a gestação sugere, mas o professor
deve ter esse olhar atento.
Para as práticas de yoga para gestantes, lembre-se sempre
de trazer o foco ao eixo interno e técnicas respiratórias e de visualização que
sugiram o retorno a esse eixo. (busque no blog esses textos sobre eixo
interno e técnicas respiratórias)
Proponha-se a oferecer posturas que trabalhem a consciência
sobre os movimentos da coluna que constitui um eixo bastante importante a ser
observado (Texto sobre os movimentos da coluna)
Faça as adaptações necessárias para as gestantes. Talvez
você precise dar sequências sentadas naquele dia, mas se a disposição das praticantes
for boa, sugira posturas de equilíbrio e aterramento também de pé para ativar a
sustentação, como variantes adaptadas de Virabhadrasana, Vrkshasana, Utthita
e Parivrta Trikonasana.
Vão ajudar em várias ativações e alongamentos.
Este é um exemplo de adaptação de Trikonasana. Com o apoio da cadeira, podem sentir os benefícios da postura fazendo a variante de alinhamento ou torção. A percepção do aterramento e sustentação são melhor ativados quando sentem o apoio.
Nesta variante de Trikonasana com apoio na parede, as gestantes podem fazer várias percepções, desde expansão do centro do peito e liberação dos ombros, até o aterramento no períneo e planta dos pés. Pode ser feita em movimento com a variante de torção. (Você encontra o vídeo no blog)
Nesta imagem, uma variação de Parivrtta Trikonasana em movimento, para soltar a parte superior do corpo, sem perder de vista o aterramento.
Lembre-se também das posturas clássicas como Catuspadasana
e as variantes de ativação das pernas e pés que pode adaptar.
Para a prática do Suryanamaskara, lembre-se de que
não é adequada no primeiro trimestre e após o 6º mês, mesmo que a gestante seja
praticante, por conta das alterações hormonais. Entre o 6º mês e o início do
último trimestre é mais uma questão de adaptação ao sobre peso e no último
trimestre, especialmente após a 30ª semana, temos novamente as oscilações
hormonais que podem interferir na pressão arterial para o alto e para baixo.
- Lembre-se de que cada mulher tem uma história única e a gestação é sempre uma dupla!
- Lembre-se de que você sugere a prática segura, pois está
cuidando e não praticando.
- Lembre-se de evitar o hiperaquecimento ventral a partir de
técnicas respiratórias e sugestão de posturas.
Assim, sugira adaptação para o Caturanga dandasana,
com a colocação dos joelhos no solo. Sugira também, adaptações com a cabeça ( que não deve descer) e
flexão de joelhos nas posições semi-invertidas, pois não são recomendadas especialmente
por conta das alterações hormonais.
Pessoalmente eu prefiro indicar a adaptação do suryanamaskara
de parede (não há contra-indicações), ou o clássico com mais respirações conscientes em cada passagem e com adaptações em Ashwa sanchalasanana (afastamento da perna da frente e joelho oposto no solo), evitar passagem pela posição ashtangasana,
bhujangasana (com joelhos no solo) e parvatasana (com joelhos no solo ou com a cabeça erguida e olhar fixo a frente), mas o professor precisa avaliar uma
série de fatores, na condução da prática, dentre eles, a expectativa e histórico da gestante.
Conduza a percepções de interiorização, pois muitas
alterações estão acontecendo dentro da mulher e no desenvolvimento do seu
bebê... A mulher se transformar em mãe, já é um grande desafio...
Quanto mais acessar seu estado natural de tranquilidade,
segurança e bem-estar, melhor acomoda todas as sensações...
O relaxamento conduzido é fundamental! Sugira percepções
pelo corpo e propósitos de tranquilidade e segurança...
Lembre-se de que o bebê se desenvolve no Manipura chakra e faz parte da “jóia” que a mãe está cultivando como propósito!
Lembre-se de que o bebê se desenvolve no Manipura chakra e faz parte da “jóia” que a mãe está cultivando como propósito!
Lembre-se de sua responsabilidade em cuidar, em perceber com
um olhar especial os aspectos sutis da gestação...
Cristiani W. Bez Matsuoka
(48) 99167-6361
@cristianiw.bez
@cristianiw.bez
Professora de Yoga para gestantes em Florianópolis – SC
Yogashala Brasil – Centro – https://www.yogashala.com.br/
Yogaluz – Santa Mônica - http://www.yogaluz.com.br/
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