quinta-feira, 28 de março de 2019

A Nutrição da mãe e do bebê - além do físico



            Antes mesmo de a mulher decidir gestar ela deve estar consciente daquilo que ingere, buscando uma alimentação mais equilibrada. São dicas comuns em livros, manuais e também recomendação médica básica.
O fundamental, no entanto, é a informação que mandamos para o nosso corpo como um todo quando fazemos a escolha do alimento e também o modo como o ingerimos. Não basta consumir complexos vitamínicos ou mudar forçosamente a alimentação durante a gestação. Temos de ter consciência de toda a forma de alimento que trazemos para o nosso corpo, do físico ao sutil. A gestação é uma grande oportunidade de reeducar hábitos, de nos olhar com mais atenção, já que passamos por muitas mudanças.
Segundo Dr. Peter Nathanielz, diretor do laboratório de pesquisas sobre gravidez e recém-nascidos da Universidade de Cornell, USA, “(...) enquanto uma criança está se formando no útero da mãe, seu corpo já está desenvolvendo hábitos alimentares, que determinam como as células e os órgãos do seu corpo processarão os alimentos e como eles incorporarão reservas nutricionais em sua estrutura.” Deste modo entendemos que a nutrição pré-natal pode afetar comportamentos alimentares e metabólicos futuramente. O bebê também pode registrar como a mãe percebe a vida, através de suas sensações de tranquilidade ou de agitação, a partir de seus batimentos cardíacos e ritmo da sua respiração. Segundo a pesquisadora, Drª Marie Claire Busnel- doutora em Fisiologia e pesquisadora do Departamento de genética, Neurogenética e comportamento da Universidade de Paris- “(...) O feto, assim como o recém-nascido, tem o potencial sensorial bastante desenvolvido. Tanto os laços podem ser estreitados, como a percepção do estresse materno pode ser sentida. Eles se habituam a estímulos repetidos e têm memória.”
            Deste modo, o conceito de nutrição vai além da ingestão de alimentos, pois consideramos a necessidade dos corpos mais sutis serem nutridos.
Nos alimentamos de PRANA e essa ENERGIA permeia tudo a nossa volta, incluindo os alimentos que ingerimos para nutrir nosso corpo físico.
A escolha da alimentação e o modo (lento, rápido, etc) como a comida é ingerida pode ser um reflexo de padrões mentais, de automatismos, de agitação do dia a dia. (Leia também o texto sobre azia na gestação)
A qualidade da respiração interfere essencialmente na nutrição da gestante e do bebê. Este ato consciente pode favorecer todo o processo da digestão e assimilação de alimentos pelo corpo físico e pode ainda tranquilizar a mente e as emoções. Afinal, digerimos também ideias e sensações!
Nos lembrar de mover a nossa energia adequadamente é fundamental para o bem-estar, do físico ao sutil.
Na gestação, além da adequação da nossa energia, contamos com o desenvolvimento do bebê e todo o seu potencial de percepção. Poder expandir nosso PRANA e direcioná-lo adequadamente é fundamental para essa nutrição! Poder começar o dia de um modo mais tranquilo é uma forma de se nutrir de equilíbrio e bem-estar.
Vou deixar a dica de um PRANAYAMA – técnica respiratória de expansão da energia vital- para que se tranquilize, na escolha do alimento do seu dia: aquele que vai nutrir seu corpo através da ingestão, aquele que vai selecionar a partir do que ouve, do que vê, etc. e a forma como tudo isso se processa em você.

SAMA VRITTI PRANAYAMA – O equilíbrio, a organização das oscilações da mente e das emoções
Busque, ao acordar, respirar com profundidade e perceber a fluidez da respiração. Prepare seu alimento físico com tranquilidade, atenta às escolhas que vão nutrir seu corpo físico nesta manhã, de acordo com o momento presente. Sente-se confortavelmente e coma com tranquilidade. Sentindo que o estômago não está completamente cheio, faça sua higiene pessoal antes, se preferir e prepare-se para a prática desta técnica. (Faça em outra hora do dia, se for mais adequado para você.)
Sente-se confortavelmente com a coluna ereta, construa a consciência do seu eixo interno e perceba a fluidez da sua respiração. (Textos explicativos no blog)
Em seguida, inspire profundamente, contando 3 tempos para essa etapa da respiração, retenha o ar nos pulmões pelo mesmo tempo e exale, também em 3 tempos e, retenha os pulmões vazios pelo mesmo tempo.
Experimente esse equilíbrio nos 4 movimentos da respiração: inspiração, retenção com pulmões cheios e exalação e retenção dos pulmões vazios.
Aumente ou diminua o tempo conforme o seu dia, respeite-se!
Sinta após alguns ciclos de repetições como tudo se acomoda melhor em você, como sua mente e suas emoções estão mais equilibradas e continue o seu dia criando essa memória em você e no seu bebê.
Repita esta prática quando puder: antes do almoço e jantar, antes de ir dormir, etc. e perceba os efeitos em todo o dia e durante o sono.

No Yoga, o fundamental em todas as fases da gestação é praticar consciência e auto percepção.
Profª Cristiani Matsuoka



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